Uma breve partilha sobre o Retiro Vocacional

         Neste fim de semana, participei do Retiro Vocacional da Comunidade Shalom, e quão grande foi a manifestação de Deus. Por isso, gostaria de partilhar com vocês, um pouco da minha experiência, o que ficou mais forte, o que veio de encontro ao meu coração, fazendo com que, fosse inflamado dentro de mim um forte desejo em “ofertar a minha vida, gastar os meus dias e minha juventude, por amor.”

 Sabe-se que, para viver uma vocação, um chamado específico, não é fácil. Para isso, precisamos de três grandes graças: coragem, renúncia e disposição. Se tivermos a CORAGEM de darmos o nosso sim a Deus, Ele derramará todas as graças necessárias e fará com que tenhamos a DISPOSIÇÃO em RENUNCIAR o homem velho que ainda existe em nós, para assim, acolhermos o novo de Deus em nossas vidas.

         No Retiro pude experimentar concretamente, do amor e da misericórdia de Deus. Quando o nosso fundador diz nos Escritos da Comunidade, que Deus, “a fim de manifestar a sua glória e o seu poder, resolveu escolher as mais pecadoras, as mais fracas, os vasos de argila...” é a mais pura verdade. Isto é fato, é real! Sim! Nós somos os piores, os mais fracos, os vasos de argila... Mas quando contamos com a graça de Deus e confiamos nossa vida inteiramente em Suas mãos, podemos dizer como São Paulo: “Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios 12, 10). Se somos os piores, os mais fracos, os vasos de argila, nós precisamos contar com a graça de Deus; se nós precisamos da graça de Deus, nós O buscamos; se nós O buscamos, nós O encontramos, porque Ele está sempre a nossa espera e a nossa disposição; e se nós O encontramos, nós podemos experimentar do Seu amor, da Sua fidelidade, da Sua misericórdia, enfim... E é essa experiência com o Cristo Ressuscitado que passou pela Cruz, que nos faz forte, e nos permite, não apenas morrer, mas, ressuscitar com Ele.  

É assim o amor de Deus! Se Ele nos chama, Ele nos dá todas as graças necessárias para vivermos nossa vocação, nosso chamado... Contanto que, “renunciemos a nós mesmos, tomemos nossa cruz e O sigamos” (Marcos 8, 34).

Atualmente, vivemos em um mundo imediatista. Se quisermos alguma coisa, com muita facilidade e, na maioria das vezes, com pouco esforço, nós conseguimos. Mas e aí? “Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida?” (Marcos 8, 36). Nós podemos ter vários bens, amigos, um bom trabalho, cursar uma boa faculdade, enfim... Mas somente o amor de Deus é capaz de nos saciar. Se tivermos tudo isso, e não tivermos a Deus, nossa vida se torna sem sentido, se torna vazia.

É acolhendo a cruz de cada dia, que ressuscitaremos, porque não há ressurreição sem cruz e não há cruz que não leve à ressurreição. E para passarmos por essa cruz, é necessário que haja uma vida de grande intimidade com Deus, através da vida de oração, da Palavra, dos Sacramentos, enfim... Não há como viver uma vida em Deus, sem ter intimidade com Ele. Como podemos fazer com que uma amizade cresça, sem conhecermos bem a pessoa em que nos tornamos amigos? Com Jesus, acontece da mesma forma. Precisamos sair do nosso comodismo, e irmos ao encontro do Senhor, para que assim, possamos transbordar, evangelizar, testemunhar que é possível viver a radicalidade evangélica e viver uma vida de santidade aqui na terra. Sim, é possível! Porque Deus está conosco e não desiste de nós. O que se torna impossível para nós, para Deus, tudo é possível!

Bendito seja Deus, por tudo que Ele realizou na vida de cada um que estava participando do retiro. 

“É exatamente assim: nós existimos para mostrar Deus aos homens.” 

(Bento XVI)

Que o Senhor seja a nossa força.

Deus abençoe, SHALOM!